domingo, 19 de fevereiro de 2012

Famílias de plantas

Carolina Gurgel

A primavera vem aí, então vamos criar famílias?

Minha neta e xará adora bichos, mas só tem alguns porque apesar da mãe dela, quando era pequena, ter feito da nossa casa um verdadeiro Zôo, quando dou uma de avó herói, ela me responde: "Um erro que não deve ser repetido!" Vejam só!

E eu que ando me poupando, nem pergunto de quem, nem por quê, prefiro ficar na dúvida! Mas a Carolina, pelo menos por enquanto, se contenta (que remédio) com famílias de bichos de pelúcia! Mas tem que ter pai, mãe, avó, tios, primos e, é claro, um bando de filhotes!

A primavera é um ótimo tempo para dar uma família para nossas plantinhas!

Bom, toda essa "avózice" foi para lembrar que a primavera é um ótimo tempo para dar uma família para nossas plantinhas! E conforme o caso, é preciso! De qualquer jeito, é bem fácil, divertido e novas plantinhas vão aparecer logo, logo! Vocês já estão carecas de saber que eu acho que a vida é muito curta para se complicar ainda mais -- ainda por cima com um passatempo, um hobby, que deve divertir e distrair -- então estou falando de famílias bem simpáticas e descomplicadas, como a da gente também deve ser!

Algumas plantas precisam ser separadas, para terem mais espaço, senão vão ficando como aquelas famílias grandes, que moram em casas pequenas, e todo mundo se acotovela, tirando o espaço do outro, até que alguém se muda! E por falar em muda (ai!), vamos criar a partir de um vaso só, várias delas, separando as touceiras.


Tire a planta do vaso e você vai encontrar um emaranhado de raízes, que parece até cabelo de cantor de rock! Separe-as com cuidado com a mão, ou se não conseguir, corte com uma faca bem afiada! Se quando você puxar, vier uma folha sem raízes, ou umas raízes sem folha, jogue fora e não se aflija, são coisas que acontecem!
O melhor é conseguir um grupo de duas ou três folhas e o correspondente (não é de escrever cartas, mas a quantidade correspondente) de raízes embaixo!

No caso da violeta, você vai ver que se formaram vários núcleos familiares no meio dela, tente separá-los... Plante cada nova planta em um vaso, e elas vão ficar felizes!

Existem outras famílias de plantas que lembram bem as nossas:
queremos manter os nossos rebentos sob nossas asas, mas também queremos que se tornem independentes, capazes de viver sua própria vida. Então, mandamos que eles voem, mas mantemos o cordão umbilical, a ligação, nem que seja: "Domingo é dia do almoço de família!"

Cortando o cordão!

Não estamos nem aí se tem sol, pelada, peladas, piscina, TV, filmes, futebol, sono atrasado para pôr em dia! Almoço de família é sagrado!

Mas mesmo essas plantas, tão dedicadas, depois que as plantinhas crescem e criam novas raízes, precisam ser desligadas, para que elas, como os nossos filhos, possam se desenvolver.
Outra planta mãe-herói!
Então, você já sacou o assunto: plante o filhote, deixe criar raízes, e desligue da mamãe planta! São elas: clorofitos, episcia, heras, marantas, e outras...


O mesmo método pode ser usado com as samambaias, e é o método mais tranqüilo de se ter uma muda nova.
Pegue um pedaço de raiz bem peluda, que esteja saindo como uma perna de aranha de filme de terror para fora do vaso, grude num vasinho com xaxim que você já arrumou, grudado no vaso grande, por cima de tudo (não precisa enterrar). Prenda bem (grampos de cabelos são ótimos para essas coisas!), deixe grudado até brotar e enraizar, e pronto!
Aumente sua família de samambaias!

Depois é só cortar a ligação com a raiz! (Se fosse de telefone, não ia precisar cortar, caía sozinha...) Não tem erro!

Todas essas crianças devem ficar na sombra por um tempo, protegidas do sol, calor e vento, como os nenéns!

Continua...

Famílias de Plantas 2
Carolina Gurgel


FAMÍLIAS DIFERENTES

Agora vamos falar dos casos de famílias mais independentes, mas muito fáceis de criar também. Só que para estas vamos precisar de berços e colchões para os "babies".

Os berços: caixas de plástico transparentes, que hoje em dia trazem tudo do supermercado, são ótimas, mas pode também ser saquinhos, vidros, jarras, garrafas, vasos, potinhos, quase tudo serve...





Ao lado:
vasinho:um berço pequeno, mas com todo o conforto!
vidro: uma ótima incubadora

Colchão (o material que vai servir para ela criar as raízes): se você, como eu, acha que errar é humano, e se não der certo é só começar de novo, então areia de rio ou mesmo água já estão ótimos! O máximo que pode acontecer é algumas mudas não brotarem. Mas se você só joga para ganhar e não tem tempo a perder com experiências, então compre nas casas especializadas: perlite ou vermiculite ou esfagno. A idéia é ter algo que se mantenha bem úmido por bastante tempo! E a terra? Não é o colchão ideal para ser usada nesta fase, já que não mantém tão bem a umidade.

Incubadora: alguns pediatras vegetais aconselham a incubadora nos primeiros tempos - caixas com tampa, sacos de plástico fechados em volta do berço ou garrafa de refrigerante cortada em cima, etc - que vão manter a umidade e a temperatura.

Se você resolver deixar o berço aberto e esquecer de regar, "bau bau", lá se vai a plantinha, mas, deixando muito tempo fechado também existe o perigo de afogamento e ela vai apodrecer...

Se você resolveu usar a incubadora, depois que elas crescerem, vá tirando, ou abrindo, aos poucos, para que elas se acostumem com o novo clima. Cuidado com os choques térmicos!

Vamos supor que você resolveu ter como berço uma caixa com tampa e como colchão areia. Nesse caso, coloque uma boa quantidade de areia na caixa e cubra de água. Depois de bem molhado, com cuidado, escorra a água em excesso. Mas não vá fazer da pia de sua casa uma praia. Vá devagar, derrame só a água! E agora, plante.

Plantar o quê???
Estacas, oras. A grande maioria das plantas se reproduz por estacas (nem de cerca, nem de construção e muito menos aquelas que eram usadas para matar vampiros!) de plantas.

Vocês já sabem o que é e com fazer, mas vamos lembrar:

Corte com uma faca bem afiada pedaços de um galho, bem saudável, de qualquer planta que você esteja querendo aumentar a família. Um galho médio, "nem muito tudo" (nem muito verde, nem muito lenhoso, nem muito na ponta, nem...). Veja se ele tem uns 5 ou 6 nós ou gemas. Enfie a ponta na água ou na areia e espere brotar.

Os gerânios são como filhos únicos, gordinhos e delicados: precisam de um tempo para cicatrizar os cortes, senão melam! Depois e cortar, deixe descansando na sombra, uns três dias, antes de plantar.

Outras famílias divertidas:

Você planta as folhas de violetas, begônias tipo rex, peperômias etc., e de repente mil brotinhos aparecem!
Chama-se estaquia de folhas. Tire a folha com um pedacinho do caule, no caso da begônia, faça uns cortes nas nervuras e faça como na figura, prenda-a encostada na areia, até brotar. Nas outras, enfie os cabinhos na água e logo mil cabecinhas novas vão aparecer!
Criando uma família de Begônia rex.

E a última anti-stress: boas para dracenas, antúrios, gerânios, coléus e outra que não tem galhos e tem a tendência a ficar feito uns tótens, com o penacho lá em cima.

Cortem-lhe a cabeça!
como diria a Rainha de Copas na história da Alice No País das Maravilhas!

Pois é, corte e plante a cabeça, beliscando o brotinho mais novo, para aumentar a força, e tirando os galhinhos laterais que ficariam dentro da terra. Se a parte do meio der para fazer uma estaca, pronto, plante ela também. Deixe também no seu vaso a parte de baixo que restou, que já está plantadinha, e ela vai brotar de novo, num instante! Dá 3 filhotes de uma só planta.
Corte nas setinhas, plante e você terá uma tribo de antúrios!

Para os antúrios - ou como dizia o caseiro da chácara, "Os Antunes" - só há um segredo: plante o pescoço, que já está cheio de raízes, inteiro ou em pedaços, mas plante deitado, paralelo ao solo, quase não cobrindo com terra! Todos esses nenês vão, depois de grandinhos, precisar ser plantados na terra, mas isso já é uma outra história...

fica para a próxima!

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