Comida

Carolina Gurgel
Comer, comer, comer para poder crescer! E nós, que éramos adulados, chantageados, castigados para dar conta daquele pratinho de comida, agora procuramos soluções milagrosas para perder pelo menos aqueles benditos cinco quilos que alguém perdeu e você achou, nem se sabe como.
Comida de planta é adubo!!
Como nós, as plantas precisam de comida adequada, na quantidade certa.
Você não vai querer uma planta que pareça um modelo de desfile de modas, nem uma que fique tão repolhuda que nem produza flores. E tem mais, muito adubo pode queimar as raízes!! Porque - isto todo mundo sabe - comida de planta é adubo.
Existem dois tipos de adubo: orgânico e químico.
Os adubos orgânicos
São de origem animal: esterco (de vários animais) ou farinha de: sangue, ossos, carne.
Ou de origem vegetal: tortas de mamona, amendoim, soja, girassol, algodão etc. Não tem nada de torta, mas é a sobra das sementes dessas plantas depois de retirado o óleo que ainda contém uma quantidade de nutrientes.
Adubos verdes: são plantas que servem para adubar e recuperar a terra.
E, finalmente, composto orgânico: aquela terra que os mais "certinhos" conseguiram na composteira, ou que se compra em pacotes, e é o único que eu recomendo para vasos dentro de casa!
Vou contar o motivo!
Morei muitos anos numa chácara, onde havia uma casa grande e ensolarada que eu logo enchi de vasos, de todos os tamanhos! Empolgada com a minha jardinagem, lia tudo o que me caía nas mãos e me deixei entusiasmar por um artigo que louvava os benefícios da torta de mamona! Aliás, adoro tortas, quiches, empadas, e achei que para as plantas ia ser um petisco!
Já perdi um pouco o entusiasmo quando vi o aspecto e o cheiro da coisa mas, vamos lá, quem sou eu para duvidar de tão culto e entendido articulista!
Nem repolhuda...
Sapequei em todos os vasos espalhados pela casa a medida exata recomendada pela embalagem, que era bem reforçada! (E sorte minha que, imaginando que os cinco cachorros que tínhamos na época não iam respeitar muito qualquer ordem em contrário, e iam atacar as plantas, não misturei a torta com farinha de ossos, como era recomendado, pois descobri depois que é altamente tóxica.)
Depois de uma semana, aquela gororoba começou a fermentar e a casa inteira cheirava uma mistura de queijo de cabra, com meia suja molhada, água podre e alguns outros toques sutis e difíceis de identificar. As ameaças vieram logo: ou saíam os vasos, ou saía a família inteira!
Lá se foram os vasos todos para fora, mas a casa ainda ficou uns bons dias com aquele "perfume" insuportável, e os meus ouvidos quentes de ouvir reclamações sobre experiências, falta de solidariedade humana, gente que gosta mais de plantas do que dos filhos etc, etc, etc... Imaginem os estercos e os outros adubos!
...nem modelo!
Esta experiência traumática me fez fã incondicional dos adubos minerais, quando se trata de vasos dentro de casa! Eles normalmente vêm na fórmula N P K que, traduzindo, é:
N = nitrogênio - bom para as folhas.
P = fósforo - bom para as flores, frutos e raízes.
K = potássio - bom para o crescimento, para evitar o aparecimento de pragas e doenças, aumentando a resistência da planta.
Existem ainda adubos que são como aquelas vitaminas americanas, que contêm tudo o que a sua planta pode pensar em precisar, que seriam os micro-nutrientes como magnésio, cobre, enxofre, cálcio, boro, zinco e ferro.
Hoje em dia, em qualquer hipermercado, você encontra adubos que são próprios para samambaias, ou para violetas etc, em pequenas caixas, mas também aquele tipo arroz com feijão, que deixa a maioria das plantas felizes! Use a quantidade recomendada, senão você vai acabar queimando as raízes - um pouco de terra vegetal em cima e pronto!
Um sinal que você está super-alimentando suas plantas é um pó branco que aparece por fora dos vasos de barro, ou em cima da terra. Maneire, deixe descansar um tempo, pois antes de menos que demais!
Adube sempre seus vasos no verão e na primavera e deixe descansar no inverno!
Lembre-se: é comida, melhor ficar com um pouco de fome, do que o mau humor do jeans que não entra, depois! Adube sempre seus vasos no verão e na primavera e deixe descansar no inverno, quando as plantas ficam meio hibernadas!
E, de novo: fique esperto e leia com atenção as instruções na embalagem.