Análise Química do Solo e Folhas
A análise química do solo prediz a disponibilidade dos nutrientes e possíveis barreiras químicas ,como a presença de alumínio, existentes. É o método mais barato, prático e rápido para avaliar a fertilidade do solo. Mas para ter valor, a amostra de solo, deve ser coletada com critério a representatividade.
Recomenda-se para o pomar a ser implantado, a coleta de amostras seis a oito meses antes do plantio, agrupando as áreas pela cor do solo, textura, vegetação e relevo. Cada amostra deve ser composta de 20 a 30 subamostras, tiradas nas profundidades de 0-20 e 20-40cm.
Em pomares já implantados as amostras serão coletadas a cada dois anos no máximo, nas mesmas profundidades, levando-se em consideração além dos fatores já citados a combinação copa x porta-enxertos, idade das plantas, e um intervalo de 60 dias após a adubação, na faixa adubada 50% na projeção da copa e 50% 1/3 além do raio da copa até o 7º ano, a partir de quando se amostrará as entrelinhas.
Análise foliar
A orientação mais segura para a produção do pomar é dada pelas análises de solo e foliar. Esta última indica o estado nutricional da planta, tanto em relação aos macro (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre)como aos micronutrientes (boro cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco) .
Calagem
Baseando-se na análise do solo é feita recomendação de calagem ou seja a quantidade de calcário necessária para suprir as necessidades de cálcio e magnésio e redução do alumínio.
O cálculo para estimar a quantidade de calcário é feito levando-se em consideração os teores de Ca+2 + Mg+2 e/ou Al+3 – trocáveis e a saturação por bases do solo. Para os citros a saturação por bases ideal está em torno de 70%.
Em condições de sequeiro as formulas usadas são:
NC (t/ha) = 2 x 20 (mmolc/dm3 Ca+2 + Mg+2)/10.
Nc (t/ha) = 2 (mmolc/dm3 Al+3)/10 utilizando-se o maior valor
Ou
Elevando a saturação por bases a 70%
NC (t/ha) = CTC (V2 – V1)
10 PRNT
Modo e época de aplicação do calcário
O calcário é aplicado no pomar em qualquer época do ano, considerando se é plantio novo ou em produção. Para pomares novo em formação, o calcário é aplicado a lanço na área total com certa antecedência em relação ao plantio das mudas, incorporando o mais profundamente possível, de preferência antes da aração.
Nos pomares em produção pode-se aplicar em toda área ou em faixas desde que sejam observados a relação quantidade de calcário/área.
Adubação
A adubação pode ser orgânica, mineral ou organo-mineral.
Considerando-se que os pomares cítricos no Brasil estão instalados, em sua maioria, em solos de baixa fertilidade natural, com baixa capacidade de troca de cátions (CTC), baixos teores de matéria orgânica e baixa capacidade de retenção de água, a aplicação dos adubos orgânicos poderá ser altamente benéfica, face aos efeitos que os mesmos exercem no solo. Apesar das vantagens, os baixos teores de nutrientes das fontes orgânicas implicam na utilização de quantidades elevadas destas e a disponibilidade e viabilidade econômica passam a ser fatores limitantes do seu uso. Tudo isto pode ser minimizado se o produtor dispõe desses adubos em sua propriedade ou em áreas próximas, reduzindo assim o custo de transporte, um dos fatores que mais oneram sua utilização.
O desenvolvimento vegetativo da planta cítrica é beneficiado pela aplicação de adubos orgânicos e, quando necessário, de uma parte do adubo fosfatado, na cova de plantio.
A utilização de diferentes fontes orgânicas, tais como esterco de bovinos, de aves e torta de mamona não tem mostrado diferenças nos efeitos observados, ficando a escolha da mesma em função da disponibilidade para o produtor.
Os adubos orgânicos na cova, além de fornecerem nutrientes para a planta, favorecem a atividade microbiológica e melhoram a capacidade de retenção de água pelo solo, condições que podem beneficiar o estabelecimento e desenvolvimento do sistema radicular. Contudo, é importante ter o cuidado de utilizar fontes bem "curtidas" para que a fermentação da mesmas não causem danos à muda, dificultando assim a "pega".
Pode-se aplicar, por cova, de 10 a 20 litros de esterco de bovinos ou 5 a 10 litros de esterco de aves ou ainda 1 a 2 litros de torta de mamona. Juntamente com o adubo orgânico adicionar até 200 g de superfosfato simples, se houver recomendação de adubação fosfatada para o pomar.
As quantidades desses fertilizantes orgânicos recomendadas por planta adulta estão em torno de 20 a 60 litros, equivalentes a 20 a 60 kg de N, 12 a 36 kg de P2O5 e 20 a 60 kg de K2O por hectare, ou seja, metade das doses recomendadas desses nutrientes.
Aplicação de adubos
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