Karate-do: luta ou arte?
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Publicado por Edson Ribeiro
Luta, em bom vernáculo é: “combate entre duas ou mais pessoas, com armas ou sem elas, com intenção de subjugar, por em fuga ou matar”, o sentido mais “pesado” e direto podendo também ser entendido como “qualquer forma de competição de forças e de habilidades”.
Quando se usa este termo, a maioria das vezes o que se quer trazer à tona é um clima de ignorância e falta de civilidade, pois se entende que pessoas civilizadas tenham outras vias para resolver suas questões que não a pugna (luta).
Os esportes que se refiram mais à cultura corporal associada ao confronto físico tem seus detratores que se arvoram em argumentos vários e buscam por todos os meios impedir sua divulgação ou ao menos sua popularização no que toca à prática.Ocorre que os argumentos válidos citados por estes críticos sérios não são genéricos mas específicamente contra o nocaute e as pancadas repetidas na cabeça que, comprovadamente estão associadas a degeneração precoce e incurável (até o momento) das funções motoras com surgimento de doença caracterizada pela diminuição da coordenção muscular, aumento do tônus (força básica de um músculo) e tremores.
O karate-do é a evolução de uma forma de luta muito eficiente surginda em Okinawa que salvou as vidas e as propriedades dos seus praticantes por muito mais que uma ou duas vezes e no aspecto marcial decidiu a favor dos Okinawenses muitas lutas onde o troféu era a vida, mas com a paz, tornou-se instrumento de elevação espiritual e de educação em detrimento deste aspecto que teve sua época e papel: ou seja: o karate-do foi uma luta em sua origem que se converteu em sistema de aprimoramento pessoal.
Arte tem muitos significados possíveis e destaco “saber ou perícia de empregar meios para poder obter um resultado” e “complexo de regras e processos para obtenção de um efeito estético determinado” e se encaixa exatamente no conceito moderno do karate-do que busca tanto um resultado específico, no caso, a melhoria dele mesmo como também o aperfeiçoamento do seu gestual (beleza plástica dos movimentos).
Os resultados esperados pelos grandes Mestres de Karate são os seguintes: a) controle de suas emoções, b) controle de seu corpo, c) melhoria de suas virtudes de convívio social, d) paz de espírito.
Nesta lista falta a habilidade de confronto em situação real dirão alguns, mas pregunto: e precisa? Para que confrontar? Para que ter que mostrar o que a história já mostrou? Para alimentar mais a nossa já grande vaidade?
No mundo civilizado há sempre 3 partes num confronto : a nossa, a outra e a certa. Nenhum confronto produz nada de bom…
Pode parecer confuso que os adeptos de uma arte conhecida pela sua extrema eficiência tenham este tipo de pensamento, mas é por isto que ela é tão eficiente.
O karate-do não tem propósito de formar lutadores, mas sim cidadãos honrados. Não busca desenvolver a força bruta, mas a inteligência. Não trabalha a ferocidade ou os meios de subjugar, mas as qualidades que fazem a pessoa merecer e manter a consideração pública.
Quem apoia o karate-do não está apoiando uma luta, mas um instrumento de melhoria da sociedade tanto no que toca à sua saúde física como no que toca à sua saúde mental pelo combate ao stress e pelo desenvolvimento das relações pessoais estáveis.
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